terça-feira, 7 de agosto de 2012


Da condição


O tempo canção longínqua
Prenhe de vidas e cosmos
Exsudações purulentas
Das patéticas relações humanas
Em meu jardim noturno
Linda flor de açucena
Torpe de inocência
No escuro céu perfumado
Milhões de asas desgarradas
Cegas de destino
Mas o frágil telhado das casas
Mas os olhinhos de passarinho acuado
Mas a minhoca que se diz cobra
E os dentes à mostra do cão
Preparado.

Denise Magalhaes


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