domingo, 8 de abril de 2012

Na varanda dos fundos:

Três prendedores vazios no varal
Os cães descansam sua animalidade
O branco dorme nas paredes
Os girassóis na toalha da mesa
As portas da frente já estão fechadas
Ouço um ruído que se repete
Insuportavelmente
São os segundos
Falando a mesma coisa de sempre
Do relógio amarelo
Que não sabe das horas
Nem dos dias
Nem de si
Não sabe de nada
Nada
O tempo não passa de
uma palavra
muito dolorida, muito
- Acabou o dia
Aborrecida, aviso ao relógio
Que não me ouve.


Denise Magalhães

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