quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Envenenada

Corra que estou plantada neste chão
e minhas raízes são venenosas
O zunido das palavras me saturam
uma vertigem às vezes me ocasiona
mas um silêncio enorme me acode
Minha cabeça é feita de pássaros
meu tronco apodrece dia a dia
agonia é dobra de tempo
Mas não há desespero,
entre asinhas perversas descubro:
a tormenta é feita de vozes.

Denise Magalhães

2 comentários:

anjobaldio disse...

Massa esta série de poemas perversos.
Imagens da infância sempre nos atormenta!

Nilson disse...

Oi, Denise, vim por indicação de Jorge Ribeiro, de Muritiba. Gostei dos seus delírios. Belas vertigens clandestinas. Abraço!