quinta-feira, 14 de junho de 2012


Irmandade


Na madrugada silenciosa
O lamento comprido de um cão
Vem de não sei onde
Como uma melodia horripilante
Um clamor não se sabe do que
Nem para quem

No cão,
É feito esse uivo rasgado
Forjado em seu instinto
Incompreendido
Grito saído de si mesmo
Sem qualquer sentido
Para ele
Que apenas porta
 o uivo solitário das correntes
que o encerram em  sua animalidade

Meu corpo compreende
Essas notas  em sangue
 Há muito silenciadas
Em sua estranha  natureza
Agradeço ao cão por me libertar
Por dizer assim
o que jamais saberei uivar.

Denise Magalhães


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