Irmandade
Na madrugada silenciosa
O lamento comprido de um cão
Vem de não sei onde
Como uma melodia horripilante
Um clamor não se sabe do que
Nem para quem
No cão,
É feito esse uivo rasgado
Forjado em seu instinto
Incompreendido
Grito saído de si mesmo
Sem qualquer sentido
Para ele
Que apenas porta
o uivo solitário das
correntes
que o encerram em sua
animalidade
Meu corpo compreende
Essas notas em sangue
Há muito silenciadas
Em sua estranha natureza
Agradeço ao cão por me libertar
Por dizer assim
o que jamais saberei uivar.
Denise Magalhães
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