Vertigem
Olho minha aparência bem comportada
E vejo um rosto enfurecido
Uma cabeleira desgrenhada
Numa armação esquisita.
Olho minhas mãos envelhecendo
E vejo uma textura opaca
Veias sobressaltadas
Riscos de memórias.
Nos meus dentes escovados
Restos de minha própria carne.
Dentro de mim, esse bicho
Sempre à espreita
Rondando, faminto.
Se me distraio ele ataca.
É sempre assim,
Esses olhos de cão sobre mim,
Esse tempo sanguinário,
Essa alma insana
e essa louca
a gargalhar por onde passo,
Como morte,
como algoz,
como sentença,
em mim.
Denise Magalhães
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3 comentários:
maravilhosamente denise.
bj
Cheguei aqui via on the rocks, embora já conhecesse seus poemas no livro em parceria com N.Magalhães, voltarei certamente, suas pesias são deleites, estrondos fabulosos, parabéns, sucesso.
hey deni,
fiz uma homenagem a maiakóvski no on the rocks. apareça!
bj
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