Segundo Dia
Não oblitero moscas com palavras.
Uma espécie de canto me ocasiona.
Rspeito as oralidades.
Eu escrevo o rumor das palavras.
Não sou sandeu de gramáticas.
Só sei o nada aumentando.
Eu sou culpado de mim.
Vou nunca mais ter nascido em agosto.
No chão de minha voz tem um outono.
Sobre meu rosto vem dormir a noite.
Manoel de Barros ( O Livro das Ignorãças)
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2 comentários:
O ser e o nada numa pontualidade absurdamente espantosa, cada parágrafo um murro, abraço.
Poema arrazador esse. Desconstrói qualquer forma possível.
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