A Construção
Tenho passos pesados
e muitas bolhas nos pés.
É que carrego nos ombros
enormes casas vazias.
São armações pesadas,
construções que nem existem mais.
Fantasmas de cumeeiras,
caibros e ferragens
escorados em meu corpo
fincados em minha carne
como se eu fosse alvenaria.
Lá eu não vou,
apenas sinto o cheiro azedo
que exala dos escuros
vãos abandonados,
cheios de morcegos carnívoros.
À noite, sento na escada
tiro os sapatos,
e tremo.
Nem uma palavra
me diz.
Denise Magalhães
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Um comentário:
bela poesia deni.
é sempre prazeroso passar por aqui.
bj
p.s: escrevi recentemente na la verga del buenas.
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