PARA CRIS
Agora escrevo pássaros.
Não os vejo chegar,
não escolho,
de repente estão aí,
um bando de palavras
a pousar
uma
por
uma
nos arames da página,
entre chilreios e bicadas, chuva de asas,
e eu sem pão para dar, tão somente
deixo-os vir. Talvez
seja isto uma árvore,
ou quem sabe,
o amor.
Julio Cortázar, Cinco últimos poemas para Cris,
Salvo el crepúsculo, 1984. Tradução Sidnei Schneider, 2007
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Um comentário:
Belas palavras que voam. Abraço.
PS. Vou linkar o seu blog, Ok?
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