sábado, 5 de janeiro de 2013


Viagem


Essa casa antiga, abriga a embriaguez
Essa embriaguez sou eu
como um pequeno asteróide
vagando pelo universo dos homens
sem nome, sem rumo, sem lugar
onde não há vida, nem morte
só poeira condensada
prestes a se chocar
com um planeta qualquer
e sumir, como se nunca tivesse existido.

Denise Magalhães
Bilhete
 
Tenho escrito pouco, vivido pouco, chorado pouco. Há tempos de ser água e tempos de ser rocha; como água sou flúida, as palavras se acercam de mim menos tímidas - como rocha nem ousam se aproximar. Que tudo na vida é muito estranho, principalmente nós mesmos, é fato. Há tempos em que, precisamos dar conta do teatro do real, por uma questão de sobrevivência, ou somos engolidos por nossa própria boca e a saliva da loucura.  
 
Denise Magalhães

Caminhos
 

Que venham as saudades todas
Como um enorme tapete espinhoso
Estendido pelo chão
Sobre ele caminho descalça
São gramas verdes em terra molhada

Que venham as abissais tristezas
Com seus palácios de gelo
E seus vãos mal assombrados
Entre eles rostos petrificados
São obras de arte nas paredes

Que venham as antigas memórias
Com suas cidades fantasma
Por suas ruas caminho acordada
Pois que meus olhos ganharam céu
E minhas mãos carregam flores vermelhas
Tingidas com meu próprio sangue

Denise Magalhães